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Espaço BiC – Ficar é Força

Espaço BiC afirma a potência de permanecer na Baixada Fluminense.



Gente estranha no Jardim 2024
Gente Estranha no Jardim, 2024.

Na Baixada Fluminense, existe uma regra não escrita que ecoa há gerações desde que me entendo por gente: pra dar certo, é preciso sair daqui.


Esse mantra silencioso molda sonhos, desvia trajetórias e enfraquece raízes.

Nos vendem a ideia de que o sucesso está longe, de que é preciso atravessar pontes e subir morros pra sermos vistos, ouvidos, reconhecidos.


Mas nos últimos tempos, algo tem mudado.

No compasso dos beats, nas rodas de conversa, nas mãos que constroem coletivamente... o Espaço BiC tem feito o caminho inverso.


Aqui, em São João de Meriti, em Coelho da Rocha, a gente não precisa atravessar a ponte pra ser ouvido.

É no chão da Baixada que a gente monta palco, inventa cena, compartilha saber.


Enquanto o centro exige performance, aqui a gente exige verdade.

Enquanto o mercado cobra presença nos “grandes palcos”, a gente oferece permanência nos nossos próprios territórios.

É sobre olhar pro lado e perceber: você não precisa ir pra Madureira pra curtir um charme nós temos charme aqui também.

E não, não é errado ir pra Madureira.

Mas é libertador entender que nosso território também oferece tudo, sem que a gente precise sair dele.


A Baixada é lugar de ficar.

De viver.

De criar.


Precisamos parar de enxergar nosso território como ponto de partida e começar a reconhecê-lo como ponto de chegada.

É daqui que se parte, mas é aqui que se permanece com sentido.


O Espaço BiC tem sido esse convite.

Um lugar onde artistas, produtores e públicos permanecem e com isso, fortalecem.

Um lugar que faz gente atravessar bairros, cidades e até estados pra descobrir o que a Baixada tem pra oferecer.

É quase como entrar num portal chamado "mundinho BXD".


Mas permanência, aqui, não é glamour ao abandono.

Sabemos da falta de estrutura, da ausência de políticas públicas, da escassez de espaços contínuos.

Ainda assim, a gente constrói.

Com afeto, com som, com corpo e com vontade.


A gente tira do que não tem, pra fazer ter.

Faz cultura na marra, na raça, na roda, no grito pra provar que aqui também é cultura.


Fazer esse caminho inverso é também um ato de coragem.

É se reconhecer nesse emaranhado de vivências que pulsam na Baixada.

É decidir ficar.

E ao ficar, celebrar os nossos artistas, os nossos espaços, os nossos troféus, as nossas playlists, nosso turismo, nossa gastronomia.


Permanecer, nesse chão, é revolucionário.

Ficar é força.

 
 
 
rodape bxd in cena
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